sábado, 12 de maio de 2012

"Vitimização", versão Passos Coelho


As reacções, genericamente bastante críticas, às declarações muitíssimo pessoais feitas na Sexta-feira pelo primeiro-ministro acerca da natureza económica, social, cultural e até moral do desemprego, tiveram ainda ontem, mas sobretudo hoje, e desde logo pela boca de Passos Coelho, a resposta esperada. Reiterou o que tinha dito, mas chamou a atenção para o facto de ele, primeiro-ministro, e o Governo estarem a ser vítimas de uma espécie de maledicência congénita em muitos portugueses. Como é óbvio, já era esperado há muito, e certamente não apenas por mim, à primeira oportunidade Passos Coelho foi buscar ao baú de José Sócrates uma das suas grandes medalhas: a da "vitimização". 
Portanto, e no que respeita à qualidade da governação, Portugal prossegue em plano inclinado e para baixo continua a ser o caminho.

Foto daqui.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Uma nota


Foi Valéry Giscard d'Estaing, e não Nicolas Sarkozy, o primeiro presidente da V República Francesa a não conseguir a reeleição. Não é por ser repetido muitas vezes um disparate que o dito deixa de o ser.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Shame on you


Se os "saldos" do Pingo Doce do passado 1.º de Maio não têm, não tinham e não terão qualquer importância - e apesar disso políticos no Parlamento perderam talvez uma hora a discutir o assunto - porque raio escreve Camilo Lourenço um artigo de opinião sobre um não acontecimento - os "saldos" do Pingo Doce - e as suas implicações aparentemente mais rasteiras? Não me digam que é só por gostar de chafurdar na lama, por ser portador de um vírus anti determinado tipo de políticos e de forças político-partidárias, ou por querer determinar unilateralmente o que se deve ou não discutir no plenário da Assembleia da República.
Ainda por cima quando, e pelo menos para a ASAE, segundo notícias que vão correndo, parece ter havido um comportamento claramente à margem da lei por parte da Jerónimo Martins, coisa que Camilo Lourenço, neste mesmo textinho que aqui cito, achava muito pouco provável. Uma tristeza.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Como se começa a matar uma galinha que põe ovos de ouro.


Não sou especialista em "publicidade" e/ou em qualquer forma mais ou menos subtil de "comunicação", mas suspeito que este é o tipo de publicidade que a Jerónimo Martins e as lojas Pingo Doce facilmente dispensariam. A ideia das promoções no 1.º de Maio parecia "sopa no mel", mas o fracasso da operação roça a evidência (por maior que tenha sido a facturação...). Imagine-se, e podia ter acontecido, que clientes tinham ficado feridos, ou pior, por causa de confrontos no interior ou na proximidade das lojas?! Em resumo, e depois do fracasso, rolarão cabeças em algum ou alguns departamentos do grupo e do Pingo Doce?
Meses após a história da emigração para a Holanda por causa dos impostos, a Jerónimo Martins desbarata mais capital junto de muitos consumidores. De facto, a Jerónimo Martins parece-se cada vez mais com o BCP e Soares dos Santos com Jardim Gonçalves. E digo isto por muito que estes incidentes, ou outros muito piores, por causa de "promoções" e "saldos", sejam o "pão nosso de cada dia" por esse mundo fora ou que o "capital" emigre sem se dar por isso a toda a hora.


Adenda: Depois de ver o que vi no telejornal da TVI das oito da noite, fiquei com a certeza de que a "luta de classes" já não é argumento nem arma do PCP ou dos sindicatos, e muito menos dos trabalhadores. O grupo Jerónimo Martins lançou, e deseja, uma luta de classes que pensa poder ganhar. Caso contrário nunca tinha feito o que fez hoje, 1.º de Maio, nas suas lojas Pingo Doce. Houve uma inequívoca manifestação de força contra os seus trabalhadores, contra os sindicatos e contra os portugueses. Usando, claro, entre outras, a argumento populista dos "preços baixos."